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Ricardo Saidi
Vivemos em uma sociedade globalizada e informacional, onde as tecnologias digitais possuem grande influência sobre o ambiente educacional. Educadores e instituições de ensino vêm procurando incorporar essas tecnologias às práticas e rotinas estudantis, buscando metodologias que atendam às necessidades de aprendizagem de indivíduos ambientados em um mundo cada vez mais em rede.
O ensino a distância (EAD) certamente foi o mais beneficiado com a evolução de tecnologias. Acelerada pela pandemia, a aceitação da modalidade é tão mais positiva do que se esperava, que o MEC (Ministério da Educação) chegou a permitir que, mesmo em cursos autodenominados “presenciais”, até 40% do conteúdo pode ser repassado em EAD.
No entanto, a distância física entre os envolvidos nos processos de ensinar e aprender parece ser um problema em si, causando inclusive evasão escolar. Neste contexto, surge a tecnologia de Metaverso, que permite a criação de Mundos Digitais Virtuais em três dimensões, onde as pessoas podem estar presentes de forma digital, com seus avatares, em um mesmo espaço de natureza digital, e tudo de forma virtual e ao vivo.
A iniciativa de professores e pesquisadores em explorar o potencial do Metaverso no ambiente educacional ainda é incipiente, em especial no Brasil. No entanto, as instituições de ensino precisam estar atentas e dispostas a ingressar nessa novidade, que não é mais apenas uma tendência, mas uma realidade corrente e em expansão.
Nesse artigo, entrevistamos Ricardo Said, consultor e cientista da computação, para falar mais sobre o que é o Metaverso e como ele vai impactar o ambiente estudantil.
O que é o Metaverso?
“Tendências não se realizam quando fatos acontecem: fatos acontecem quando vão ao encontro de uma tendência”, diz Walter Longo, sócio-diretor da Unimark Comunicação.
Em resumo, o Metaverso é o ambiente real recriado no ambiente virtual, onde a “vida” acontece muito mais em torno dos desejos que das necessidades, e a limitação é dada pela chance de acesso, não pela escassez de espaço ou matéria-prima.
As redes sociais, sem dúvidas, foram uma espécie de treinamento para o metaverso, onde se aprendeu que estava tudo bem não se parecer tanto assim com o que é postado. O mundo inteiro foi treinado para querer ser um tipo de “objeto de desejo” do outro – e de si mesmo.
O Metaverso é – e se torna a cada dia mais – um local onde a existência no dia a dia é perpétua, contínua e ininterrupta. Diferente de plataformas “self-service”, como a Netflix e as redes sociais, no Metaverso a interação se dá em tempo real, de forma bem mais parecida com a vida, de fato. Uma compra no Metaverso, por exemplo, pode ser intermediada pelo avatar de um atendente real, e em tempo real.
E apesar de ainda não ser interoperável, a tecnologia caminha para esse rumo. Um mesmo avatar poderá, literalmente, viver em mundos metavérsicos diferentes, ligados e interoperantes.
Além disso, apesar de obviamente ser menos pessoal que uma interação física e real, o Metaverso é muito mais social que a internet que usamos hoje. Até mesmo dispositivos que emulam tato e cheiro já existem, e incorporados ao Metaverso trarão uma experiência bem mais próxima do real.
Também as pessoas terão uma interação mais próxima que apenas em salas de reunião on-line. A movimentação em um escritório, a casualidade de encontrar uma pessoa nova, a expressão e a dinâmica do ao vivo são mantidas, fazendo esse ambiente ser mais assimilável e fácil de aceitar como normal.
A pandemia foi um teste.
Pessoas estão mais acostumadas a “viver dentro da internet”, e menos a fim de sair de casa para trabalhar ou encontrar outras pessoas. Além disso, a introdução do 5G e a expansão das criptomoedas são indícios fortíssimos de que essa tecnologia veio para ficar.
Você, gestor e educador: como está se preparando?
Metaverso: possibilidades na Educação
A instituição de ensino tem duas formas de entrar no ambiente digital ultra realista: reproduzindo sua estrutura em plataforma própria e privada, ou alocando a estrutura em um metaverso.
Se optar por gamificar um ambiente escolar – criar escolas, salas e estruturas virtuais – o aluno terá um avatar, que poderá ter aulas com avatares dos professores. Terá biblioteca, uma área de convivência… – Tudo em um ambiente da própria escola: ele não poderá, por exemplo, encontrar avatares de fora da instituição.
O avatar vai entrar na sala, se assentar e, a partir daí, a aula começa, através de plataformas AVA. Mas qual é a diferença disso para o que já temos hoje? A diferença é que o aluno é responsável pelo avatar. Ele pode levantar a mão para falar com o professor, pode ir ao banheiro, e até sair andando se a aula estiver monótona, e fazer outra coisa dentro da instituição.
A instituição pode explorar isso, criando uma gama de cursos, por exemplo. O avatar pode se dirigir até esse curso, e a instituição poderá monitorar interesses, mesmo de alunos que apenas visitaram as salas.
De acordo com a movimentação dos avatares, será possível monitorar preferências, e até entender porque os mesmos avatares aparecem no mesmo lugar, e estudar como fazer cursos e atividades que agradem a um grupo de pessoas com interesses em comum. Também, para os alunos, há um favorecimento na interação real com os colegas por meio dessa maior percepção de presença.
Também os professores podem interagir de forma mais realista, através de chats, ainda que não estejam “dentro” das salas de aula.
Em um metaverso, além de existir a escola, existem também outros ambientes, como um mundo de fato. Na “porta” da faculdade, por exemplo, pode ter um bar, uma danceteria, uma loja de calçados ou uma sala de jogos.
A diferença do metaverso para outros ambientes virtuais que já temos, é que o metaverso tenta instituir uma correlação verdadeira com o ambiente físico, inclusive na quantidade e diversidade de instituições, ambientes e pessoas.
Mas isso é bom para a educação? Ainda não sabemos. A certeza é de que é uma tendência real e próxima, e precisamos nos preparar. Certamente é menos pessoal que o presencial, e mais que o modelo de EAD atual.
Onde a Educação ganha?
No meio empresarial, se antes a questão era se uma tecnologia ou novidade se adaptava ao modelo de negócio, hoje a pergunta é: “isso resolve os problemas dos nossos clientes?”
E estamos migrando para uma questão ainda mais subjetiva: “como isso ajuda meu cliente a realizar os seus sonhos?”
A Educação encontra no Metaverso uma nova chance de protagonizar os interesses humanos: aulas gamificadas e altamente interativas podem ser, por incrível que pareça, concorrentes à altura de jogos e redes sociais.
Um bom exemplo disso seria uma aula de História. Imagine estudar o Império Romano e ter a chance de, literalmente, passear pelas ruas do império, assistir a espetáculos, perguntar a imperadores e admirar a construção de grandes palácios. – Imagine também que isso só seria possível na escola/universidade, uma vez que essas atrações têm um alto custo de construção no Metaverso, e ninguém as construiria “por nada”.
Imagine também uma aula sobre Astrofísica, onde os astros podem ser tocados e manipulados. Uma aula de Anatomia, onde um corpo humano é manuseado com tato real, mas sem ser de fato um corpo. – Imagine passear dentro de órgãos, e até mesmo de células!
A alta interatividade, aliada à exclusividade e temporalidade das atividades fará, sem dúvidas, a educação ocupar um papel mais interessante na vida de crianças, jovens e adolescentes.
Instituições de Ensino e Tecnologia
O Metaverso é tão assustador quanto promissor, e é inegável que a sua instituição de ensino precisa estar dentro dele. Mas como se preparar para tamanha mudança?
A primeira ação é olhar para as dores atuais e corrigi-las, modernizando e melhorando ao máximo o “mundo real”. – Se o Metaverso é a representação da realidade, cuide da sua realidade enquanto se articula para o digital!
Como estão os processos da sua IE?
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Tendo ou não o seu terreno no Metaverso, seus dados ainda são seu maior tesouro!
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