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O principal desafio do gestor acadêmico, especialmente em virtude do ensino a distância (EAD) é manter o engajamento dos alunos para com as disciplinas e, consequentemente, em relação à continuidade do curso.
Com interação naturalmente menor, o ensino a distância torna ainda mais impessoal a relação professor-turma-aluno, e essa pouca interação impacta negativamente no engajamento do estudante, que vê cada vez de forma mais mecânica ligar o computador e, com a câmera desligada, assistir ou fingir que assiste à aula.
Um personagem central, que é certamente um dos pontos de inflexão na decisão de assistir ou não a uma aula, prosseguir ou não com o curso, indicar ou não a faculdade, é o professor.
Nesse sentido, não é nenhum exagero dizer que a contratação de bons professores está diretamente ligada ao bom faturamento da faculdade, e que o professor é um ativo da instituição.
Mas apesar de isso já ser uma verdade para a maioria dos gestores, e de o Ministério da Educação ter uma série de regras e de critérios avaliativos para contratação de docentes, o que assegura uma boa contratação?
Nesse artigo, falaremos sobre as caraterísticas mais importantes a considerar, e como essas características podem ser identificadas em um processo seletivo.
Professor e Endomarketing
Além de aplicar a matéria de forma responsável e eficaz, os professores possuem um papel muitíssimo importante para aumentar a retenção dos alunos: especialmente nos primeiros semestres, onde a taxa de abandono é maior, bons professores podem ajudar a criar uma cultura acadêmica, identificação e pertencimento.
Para que isso seja possível, o docente precisa estar inteirado das atividades da instituição, tal como ter boa capacidade de se comunicar e, principalmente, estar engajado e motivado para fazê-lo.
Estratégias de endomarketing, no entanto, não se limitam a “fazer a fita” da instituição. Uma das melhores formas de gerar interesse em estar no curso é a certeza da qualidade desse mesmo curso – que é obtida através de uma boa aplicação do conteúdo.
O bom professor desperta no aluno não apenas a obrigação de aprender, mas o desejo. O professor que inspira promove a compreensão de que o processo educacional não é só uma formalidade para conseguir o diploma, mas uma etapa necessária para a vida profissional.
A instituição, ciente disso, precisa oferecer subsídios, diretos e indiretos, para que o docente possa diversificar os modos em como apresenta o conteúdo. Certa autonomia para propor palestras, semanas acadêmicas etc., e incentivos, morais e financeiros, para a execução dessas atividades pode se tornar um investimento pequeno visto o retorno.
É importante frisar que um aluno desistente é um lucro cessante, imprevisibilidade de caixa e redução na força da IE. Por isso, investir em bons professores e em ferramentas para que esses exerçam sua função é altamente rentável no curto, médio e longo prazo.
Exigências do MEC
A Dimensão 2 do Instrumento de avaliação de cursos de graduação presencial e a distância do MEC avalia o Corpo Docente e Tutorial. Nessa dimensão, são considerados 16 indicadores, conforme segue abaixo:
- Núcleo Docente Estruturante – NDE
- Equipe multidisciplinar
- Atuação do coordenador
- Regime de trabalho do coordenador de curso
- Corpo docente: titulação
- Regime de trabalho do corpo docente do curso
- Experiência profissional do docente
- Experiência no exercício da docência na educação básica
- Experiência no exercício da docência superior
- Experiência no exercício da docência na educação a distância
- Experiência no exercício da tutoria na educação a distância
- Atuação do colegiado de curso ou equivalente
- Titulação e formação do corpo de tutores do curso
- Experiência do corpo de tutores em educação a distância
- Interação entre tutores (presenciais – quando for o caso – e a distância), docentes e coordenadores de curso a distância
- Produção científica, cultural, artística ou tecnológica
No entanto, o fato de a instituição atender a todos esses critérios com maestria não significa, necessariamente, que seu corpo docente seja realmente qualificado para ensinar.
O aluno como principal avaliador
A escolha do professor deve ser pautada também na visão positiva que o aluno terá dele. A percepção do discente não se limita à didática, muito menos à titulação, mas a uma lista complexa de situações concretas e abstratas.
Considerando a importância do tema, selecionamos algumas características que respondem à pergunta: o que o aluno considera na hora de avaliar bem um professor?
Se o professor é bem-sucedido: o estudante, quando ingressa em uma faculdade, quer ter a certeza de que aquela graduação tornará mais simples e próximo o seu sucesso profissional. Geralmente, as figuras atuantes mais próximas desse aluno são os professores. É importante que, especialmente nos primeiros períodos, o discente tenha contato com docentes que são profissionais bem-sucedidos e bem remunerados em sua área de atuação, para que estejam engajados e para que se espelhem nas atitudes desses professores.
Se o professor tem experiência concreta na área: existem, claro, ótimos professores que são “apenas” professores. No entanto, à exceção dos cursos de licenciatura, é comum que o acadêmico queira seguir no mercado em funções típicas da profissão. É essencial que uma boa quantidade de professores tenha vivência concreta no mercado, estando preferencialmente ainda em atuação.
Se o professor é bem relacionado: o aluno vê na relação acadêmica uma forma também de ser direcionado ao mercado de trabalho. Quando encontra professores bem relacionados, o engajamento naturalmente aumenta, visto o desejo de angariar um estágio, trainee ou mesmo um emprego fixo, por intermédio de indicações diretas e indiretas, ou mesmo pelo fato de ser aluno daquele específico professor.
Se o professor possui algum diferencial na carreira: experiência no exterior, publicação de livros e artigos importantes, visibilidade na mídia – o fato de o docente ter diferenciais faz com que o aluno sinta orgulho de ter aula com o profissional, gerando identificação e contribuindo para a cultura institucional.
Se o professor tem uma didática realmente boa e compatível com a sua titulação: professores com altas titulações e pouca didática são, não raras vezes, motivos de grande decepção e até de piadas. Apesar das exigências legais, não raras vezes é melhor ter um especialista com ótima didática, que um pós-doutor que não sabe ensinar.
Se o professor é bem avaliado nas outras instituições onde dá aula: a maioria dos professores dá aula em mais de uma instituição. Como a maioria dos acadêmicos são jovens, e frequentam lugares parecidos, é natural que haja comunicação entre discentes de instituições de ensino diferentes. Quando um professor é mal avaliado pelos alunos de uma faculdade, é comum que ele já chegue com “má fama”, reduzindo a aderência à didática.
Se o professor é educado, atencioso e cuidadoso: apenas atenção e educação não são suficientes, mas sem elas o melhor conhecedor e didático não consegue êxito como professor. É importante avaliar as soft skills, procurando referências e analisando o perfil comportamental.
Se o professor “passa no teste” dos alunos já atuantes: não raro, muitos alunos já atuam na área onde estão se formando e, seja por intenção de testar ou por simples dúvida, fazem perguntas altamente complexas e profundas. Quando o professor não consegue responder, a aura de desconfiança pode pairar sobre a turma, que passa a enxergar o mestre como um tipo de “falso professor”.
Hard Skills, Soft Skills e processo seletivo
A obrigatoriedade de ter doutores e mestres reduz o leque da mão de obra realmente qualificada para lecionar. Isso torna os processos seletivos um tanto complexos, especialmente porque a avaliação carece que o avaliador tenha certo domínio na área de especialização do futuro docente.
Dois eixos principais precisam ser considerados no processo seletivo: o eixo técnico e o comportamental. Separamos algumas dicas de como otimizar o processo seletivo da sua faculdade:
- Avaliação técnica
– Avalie a titulação;
– Assista aulas de professores da mesma área na internet, e peça ao professor em processo de contratação para dar uma aula do mesmo assunto. Assim, você estará inteirado e poderá julgar melhor a qualidade do conteúdo lecionado;
– Se possível, convide um especialista da área para ajudar a avaliar;
– Treine os coordenadores de curso para contratar professores, uma vez que estão mais por dentro da área almejada.
- Avaliação Comportamental
– Abra a aula/palestra teste para os alunos, e observe a interação;
– Aplique testes psicológicos;
– Faça uma entrevista fugindo um pouco do padrão. Desenhe situações e observe as respostas;
– Esteja atento às indicações, especialmente se vindas por parte dos alunos;
– Observe a proatividade, a capacidade de aprender depressa, e a voluntariedade para com a instituição.
Facilitando a vida do professor e aumentando a retenção de talentos
Formar cidadãos que sejam independentes, inclusive em seu processo de aquisição de conhecimento, é uma tarefa árdua nos dias de hoje, e isso exige que os professores estejam o maior tempo possível focados em ensinar.
Pensando nisso, todo o desenho, as funcionalidades e os diferenciais do Gennera Academic One foram feitas para transformar o modo como os usuários enxergam um ERP educacional. As tarefas são simples, intuitivas, rápidas e eficientes, para que o tempo gasto em atividades administrativas seja o menor possível.
Também, a gestão de dados, upload e download de documentos, retirada de indicadores e até mesmo a aula on-line são otimizados através do Gennera, uma vez que todas as soluções são integradas pelo backoffice SAP Bussiness One.
A redução de retrabalhos e a economia de tempo em tarefas administrativas engaja os bons professores, aumentando a retenção de talentos e melhorando a disposição para que façam o que fazem de melhor: ENSINAR!
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